Hoje o dia amanheceu triste e cinzento, apesar do sol luminoso que entrava pela janela que é minha vizinha e me aquece nos dias cálidos de bom tempo.
À minha volta nada se movia e mesmo quando soou a campainha ninguém respondeu...
Depois, lentamente, pelas conversas à minha volta vou percebendo que a tua ausência será longa. Dizem-no em palavras escondidas, quase segredadas, talvez com receio de me melindrar... Redobro a atenção e eis que, súbito, alguém deixa escapar, indiscreto, o numero dez. Arrepio-me. Dez? Dez dias? Como poderei sobreviver dez dias sem ti? Sem sentir o teu toque, sem ouvir a tua voz?
E é agora, na angústia deste tenebroso momento em que realizo a tua longa ausência que, olhando para o meu alinhado fio, percebo que só tu me compreendes.
Volta, Filipe! Mesmo que chegues com um imoral bronzeado, estás perdoado!
ass.
O teu telefone
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N-palavras